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Minha Mãe, com sua Loucura, não Agüentou Criar Quatro Meninas Sozinha…

Relato de Renata, 26 anos, economista.

Nasci em um lar desestruturado e enfrentei muitos desafios na minha vida… Minha mãe teve quatro filhas, e meu pai nunca esteve presente. Minhas irmãs e eu vivemos enfurnadas por toda infância. Hoje sei que minha mãe sempre teve, mas nunca tratou, o transtorno bipolar. Cresci sem amor, sem amparo, sem reconhecimento… Percebia de alguma maneira a insanidade, havia algo muito errado com minha mãe, mas como criança não conseguia fazer nada.

Foi muito difícil crescermos totalmente isoladas da parte saudável da família, que só conheci na idade adulta. Minha mãe, com sua loucura, não aguentou criar quatro meninas sozinha. A pressão era muito forte na minha irmã mais velha e em mim. Minha irmã teve problemas psicológicos gravíssimos, também não tratados, e acabou se matando! Aos 16 anos saí de casa para trabalhar e, com 21, decidi vender tudo que tinha e fugir para o exterior. Eu queria ficar longe da minha família, não aguentei a pressão e comecei uma vida nova bem longe, fora do país! Minhas irmãs seguiram meus passos e anos depois consegui trazê-las para perto…

Percorri um longo caminho, e a terapia me ajudou a entender e nomear muitas dores, a curar os meus traumas e culpas por ter deixado minha família para sobreviver. Lembrando-me de tudo isso ao dar esse depoimento até parece que estou falando de uma outra pessoa. Às vezes, nem acredito que eu passei por tudo isso! Não sabia, mas agora sei que fui uma vitoriosa diante de tantas adversidades. Hoje, está tudo bem na minha vida…

Olho para mim mesma com muito orgulho de ter conseguido tanto sem nenhum apoio, de forma alguma. No exterior eu aprendi a falar inglês, estudei e consegui um trabalho num conhecido banco de um grande centro financeiro internacional. Tenho um emprego muito bom e estou super bem financeiramente. Estou conhecendo a minha família no Brasil, tenho sete tios e sete tias! Adoro as minhas tias! Sou uma pessoa leve e aprendi a perdoar minha mãe…

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